Mercado de varejo: Balanço do primeiro semestre no Brasil

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O primeiro semestre de 2024 trouxe grandes movimentações no mercado de varejo brasileiro. Em um contexto de recuperação econômica gradual e aumento do consumo, o varejo passou por oscilações em diferentes segmentos e ajustou estratégias para enfrentar desafios como inflação, mudanças no perfil de consumo e avanços na digitalização.

Neste artigo, abordaremos os principais dados, setores que se destacaram, aprendizados e as expectativas para o final do ano.

Principais dados do mercado brasileiro

No primeiro semestre, o varejo brasileiro apresentou um crescimento moderado em relação ao ano anterior, impulsionado principalmente pelo aumento das vendas online e pela retomada gradual do consumo presencial. 

Segundo o IBGE, o varejo ampliado, que inclui setores como veículos e material de construção, cresceu cerca de 1,2% entre janeiro e junho de 2024. 

O comércio eletrônico seguiu como um dos principais vetores de crescimento, registrando um aumento de mais de 12% no faturamento, segundo dados da Neotrust.

Outros indicadores importantes foram registrados pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), que apontou o setor de supermercados e farmácias como líderes de recuperação, especialmente em regiões metropolitanas. 

Já as lojas de vestuário e eletrodomésticos mantiveram níveis de vendas próximos ao período pré-pandemia, beneficiadas por promoções e incentivos ao crédito.

Setores que mais se destacaram

Supermercados e Alimentos: O setor de supermercados continua sendo um dos mais resilientes, impulsionado pelo aumento da demanda por alimentos e produtos essenciais. Com o impacto da inflação, os consumidores têm optado por produtos de marcas próprias, favorecendo redes que oferecem opções econômicas.

E-commerce e Marketplaces: O comércio eletrônico segue em alta, atraindo cada vez mais consumidores e ampliando o volume de vendas. Plataformas como Mercado Livre, Magalu e Americanas investiram pesado em logística e tecnologia para aprimorar a experiência do cliente e reduzir o tempo de entrega.

Moda e Beleza: Esse segmento mostrou sinais de recuperação significativa, especialmente com a reabertura de lojas físicas e o aumento de eventos presenciais. As vendas de produtos de beleza e moda cresceram impulsionadas por ações promocionais e campanhas em redes sociais.

Material de Construção: Com o aumento do número de reformas e pequenas construções, o setor de materiais de construção teve um bom desempenho, refletindo a confiança do consumidor em investir em melhorias no lar.

Tecnologia e Eletrônicos: A demanda por produtos tecnológicos como smartphones e dispositivos de streaming manteve-se alta, com promoções e lançamentos frequentes que incentivaram o consumo, mesmo com a oscilação nos preços.

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Principais aprendizados até o momento

Omnichannel é essencial: Empresas que combinam vendas online e físicas se mostraram mais resistentes às mudanças no comportamento do consumidor. Estratégias de omnicanalidade, como "clique e retire" e "compra online com troca na loja", foram bem recebidas pelos consumidores.

Fidelização: Programas de fidelidade ganharam relevância no primeiro semestre, uma vez que consumidores buscam mais vantagens em suas compras. O investimento em programas de cashback e clubes de benefícios ajudou a aumentar a retenção.

Aumento de Preços: A inflação afetou o poder de compra e levou os consumidores a priorizar itens essenciais, favorecendo segmentos como alimentação e produtos de baixo custo.

Experiência digital: Com a ampliação do e-commerce, a experiência digital ganhou destaque. Empresas que investiram em navegação intuitiva e atendimento rápido se destacaram positivamente.

Sustentabilidade: Produtos sustentáveis e marcas que demonstraram compromisso ambiental conquistaram um público fiel, especialmente entre jovens consumidores.

Expectativas para o final de 2024

Para o segundo semestre, as expectativas permanecem otimistas, especialmente com a chegada da Black Friday e a alta nas compras de fim de ano.

Especialistas esperam um crescimento em torno de 2% no varejo ampliado, com impulso adicional do e-commerce e dos setores de moda, tecnologia e alimentos. Além disso, os varejistas devem intensificar suas estratégias de marketing digital e promover campanhas com foco em sustentabilidade e inovação.

As empresas devem também se preparar para oscilações no cenário econômico e manter uma abordagem cautelosa com o controle de estoque e fluxo de caixa. O desafio está em ajustar preços e criar ofertas que consigam atrair o consumidor, mesmo em um cenário de alta dos preços.

Este balanço aponta um cenário de retomada gradual, mas reforça a importância de estratégias robustas para navegar com sucesso em um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo.

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